Sabatina Parêntese

Rualdo Menegat na Sabatina Parêntese: “Crise climática deve ser enfrentada com soluções integradas”

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Rualdo Menegat na Sabatina Parêntese: “Crise climática deve ser enfrentada com soluções integradas” Rualdo Menegat discute emergências climáticas na segunda edição da Sabatina Parêntese Foto: Divulgação

Em evento promovido pela revista Parêntese, da Matinal, o geólogo abordou a necessidade de ações integradas e educação ambiental para enfrentar desafios climáticos. A conversa foi parte da série “Sabatina Parêntese – Conversas sobre o futuro”

No último sábado (8/6), a segunda edição da Sabatina Parêntese – Conversas sobre o futuro recebeu o geólogo Rualdo Menegat. Professor da UFRGS, doutor em Ecologia da Paisagem e um dos mais renomados especialistas ambientais do estado, Menegat é conhecido por seu trabalho como organizador do Atlas Ambiental de Porto Alegre e por desvendar mistérios geológicos em Machu Picchu. 

Em diálogo com o professor Luís Augusto Fischer, Menegat abordou a necessidade de ações integradas e educação ambiental para enfrentar desafios climáticos, destacando a importância de políticas públicas baseadas na ciência. Também defendeu que é preciso engajar a sociedade ativamente na luta contra a crise climática. “Não tem solução mágica, é uma solução de conjunto”.

O encontro, promovido pela Parêntese, revista de final de semana da Matinal, ocorreu na livraria Paralelo 30, em Porto Alegre. Confira o vídeo: 

Integração de dados climáticos

Menegat sugeriu a criação de uma rede integrada de monitoramento climático, combinando dados de estações meteorológicas públicas e privadas para fornecer previsões mais precisas e alertas antecipados: “Precisamos capturar, processar e compartilhar dados localmente para termos um controle mais eficaz e uma resposta rápida às emergências climáticas”.

Educação é ferramenta fundamental

O geólogo enfatizou a importância da educação climática desde o ensino fundamental até o médio, propondo programas pedagógicos que ensinem sobre as mudanças climáticas e como reagir a eventos extremos. “Educar as crianças é a maneira mais eficaz de disseminar conhecimento e preparar a população para lidar com os desafios climáticos”, afirmou, destacando que jovens informados podem influenciar suas famílias e comunidades positivamente.

Guaíba: lago ou rio?

Outro ponto foi a classificação do Guaíba como lago ou rio. “A evidência de que o Guaíba é um lago é muito maior do que a de que seja um rio”, explicou Menegat. Segundo o professor, a forma das margens do Guaíba é mais característica de um lago, e sua dinâmica não apresenta erosão como um rio típico. “O Guaíba, estando abaixo do nível do mar, não tem o atrito no fundo que caracteriza um rio. É um lago”,.

Negacionismo climático e políticas públicas

Menegat também abordou o tema do negacionismo climático em curso no Rio Grande do Sul. “Resolveram decretar liberdade em relação ao meio ambiente, como se fôssemos seres que não necessitamos dos elementos vitais do ambiente para a sobrevivência”, criticou. Ele enfatizou a necessidade de políticas públicas baseadas na ciência para mitigar os impactos das crises ambientais.

Apoio à diversidade nas soluções climáticas

Menegat ressaltou  a necessidade de incluir vozes diversas no processo de formulação de políticas públicas, especialmente comunidades vulneráveis, como indígenas e quilombolas. “A ciência deve empoderar essas comunidades, integrando seus conhecimentos e necessidades nas soluções propostas”, destacou.

Desafios e caminhos para a ação

Reconhecendo os desafios burocráticos e a resistência política que podem dificultar a implementação de suas propostas, Menegat sugeriu que editais de financiamento para pesquisadores e universidades são um modo eficaz de promover soluções inovadoras: “É fundamental que incentivemos a pesquisa científica para desenvolver estratégias sustentáveis de enfrentamento às crises climáticas”.

Sobre a Sabatina Parêntese

A conversa com o geólogo Rualdo Menegat foi o segundo encontro da Sabatina Parêntese – Conversas sobre o futuro. No último dia 25 de maio, a Sabatina recebeu a física e professora da UFRGS Márcia Barbosa, que defendeu a ciência como base para enfrentar desafios climáticos. 

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