Ensaios Fotográficos

Quem diria que o inferno estaria cheio de água?

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Quem diria que o inferno estaria cheio de água?

Quando falamos de inferno logo pensamos em um lugar cheio de fogo, com os mortos que não foram pro céu, sofrendo ou sendo torturados por uma entidade que é responsável pelas penitências. Mas e quando essas penitências acontecem em vida? E quando somos castigados pelos “pecados” e erros de outras pessoas? 

O curioso foi que quando coloquei no google a definição de inferno, uma delas é essa aqui: Local onde caem resíduos líquidos de fabricação ou água que moveu alguma instalação; vazadouro. (Procure aí)

Tentando achar vazão para todos esses sentimentos que transbordam os gaúchos nesses últimos tempos, também faço o esforço para encontrar algo que se oponha ao inferno que vivemos. Pessoas que também não são culpadas pelos estragos que acometem Porto Alegre, mas que estão ajudando como podem. 

Não apenas as pessoas que se colocaram em risco de barco pelas ruas da cidade fazendo resgates, mas também pessoas que se disponibilizaram a acolher quem perdeu sua casa em abrigos, ajudar nos centros de distribuições de doações e, até mesmo, aquela senhora que passa um café e faz um bolinho para levar aos incansáveis voluntários.

E é aqui que a lógica do inferno acaba: quem não é culpado está sofrendo e ajudando. E os culpados? Onde estão?

Erraram ao falar naquela famosa música local que “Porto Alegre é demais”. Na verdade, o porto-alegrense que é demais. 



Lars Erick é jornalista, fotógrafo e redator.

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