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Moradores protestam contra adoção de praça por construtora que derrubou árvore no Petrópolis

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Moradores protestam contra adoção de praça por construtora que derrubou árvore no Petrópolis Pela lei, população tem um prazo de dez dias para se contrapor à proposta de adoção. Foto: Gregório Mascarenhas/Matinal

Depois da repercussão do corte de um guapuruvu e do pedido de autorização para remover outros 105 vegetais no terreno onde construirá um prédio de alto padrão no Petrópolis, a construtora paranaense Plaenge anunciou a intenção de adotar a Praça Mafalda Veríssimo, a quatro quadras do futuro edifício. Essa iniciativa, entretanto, resultou em um ato de repúdio entre os moradores do bairro.

Neste domingo, dezenas de pessoas se reuniram na praça para protestar contra a adoção desse espaço público. A Secretaria Municipal de Parcerias de Porto Alegre publicou, na segunda-feira, um termo que oficializa a empresa, sob razão social PL POA 01 Empreendimentos Imobiliários LTDA, e a Escola Infantil Ser Criança, como aptas a iniciar o processo de adoção.

“Hoje, o risco é de que a praça seja adotada pela Plaenge, que derrubou um guapuruvu de 30 anos. Uma empresa multinacional que tem todo o aval da prefeitura”, resumiu o historiador João De Los Santos, morador do bairro.

Para uma parte da comunidade do bairro Petrópolis, trata-se de um ato de “greenwashing”, um termo que designa estratégias de marketing enganosas, a respeito de projetos supostamente sustentáveis e ecologicamente responsáveis. “A construtora Plaenge agora quer melhorar sua imagem se apropriando da Praça Mafalda. Novamente tomam decisões patrolando de maneira sem vergonha, por cima da memória histórica do povo”, publicou o coletivo Casa Dyonélio Machado, que luta pela preservação do casario histórico do bairro, na chamada para o evento em suas redes sociais.

Pela lei municipal, a população tem um prazo de dez dias – neste caso a contar de 26 de junho – para se contrapor à proposta de adoção, ou mesmo para manifestar interesse em adotar a praça, junto à Secretaria de Parcerias.

A Plaenge afirmou, em nota enviada à Matinal, que se mantém motivada a realizar a adoção. “Sempre que possível, faz parte da nossa política adotar praças no entorno de nossos empreendimentos. Temos convicção de que podemos contribuir para que a Praça Mafalda Verissimo possa ser um lugar ainda mais aprazível do que já é”, comunicou a empresa.

A construtura reiterou seu posicionamento de que guapuruvus não são adequados para arborização de cidades, pela sua “fragilidade intrínseca para ambientes urbanos, com propensão à quebra de galhos e queda”, e que a retirada do vegetal foi realizada sob autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) e “em estrito cumprimento das leis ambientais vigentes”, com o objetivo de dar segurança a vizinhos e condôminos do futuro edifício Verdant.

A Plaenge diz que entende a importância do planejamento relacionado à arborização da capital e que valoriza “o equilíbrio e a pertinência nas discussões sobre o tema”, de modo que “compreende e respeita a manifestação da comunidade do bairro”.

Protesto iniciou na manhã de domingo e se estendeu até metade da tarde. Foto: Gregório Mascarenhas/Matinal

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