Juremir Machado da Silva

Cristina Ranzolin e Vitor Rosa na Famecos

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Cristina Ranzolin e Vitor Rosa na Famecos Cristina Ranzolin, Rosângela Florczak e Vitor Rosa

Quem conhece a Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS, a popular Famecos, sabe que ela está de cara nova. O saguão foi totalmente remodelado. Virou um espaço multiuso bonito e confortável. Uma universidade hoje precisa ser um ambiente de experiência existencial cotidiana, de imersão e convivência. Ficou para trás o tempo em que não se podia pisar na grama. Agora pode deitar na grama. A ordem é sentir-se em casa. A PUCRS não esquece quem passou por ela, os alumni. Nessa pegada, um evento, “Conexões de valor”, proporciona encontros entre os ex-alunos e os atuais. Na última quinta-feira, com mediação da decana da Famecos, Rosângela Florczak, os alumni Cristina Ranzolin e Vitor Rosa, ambos da RBS, deram seus recados.

Cristina Ranzolin é uma referência do telejornalismo do Rio Grande do Sul. Na sua longeva história nas telinhas, passou pelo jornal Hoje da Rede Globo, voltou para Porto Alegre e deu o seu rosto ao Jornal do Almoço. Ao longo do tempo foi ficando mais descontraída, mais à vontade e mais em sintonia com a informalidade dominante na televisão do século XXI. Em sua fala na Famecos, ela lembrou da época em que os apresentadores de televisão só tinham rosto. Nem as mãos apareciam. Chegou o tempo em que ficaram livres para gesticular e depois caminhar. Descobriu-se que tinhas braços e pernas. Na França, esses seres de imagem eram chamados de “homens-tronco”.

Vitor Rosa, o repórter que descobriu o cavalo caramelo num telhado durante as enchentes de 2024, falou de sua prática diária, como conta as histórias que apura, o que não pode faltar, quanto acaba sobrando, como se emociona em certas coberturas, a labuta de cada dia em busca da boa informação e do relato competente. Ele destacou um aspecto interessante: muita gente ainda vê televisão aberta. O impacto da RBS TV no Rio Grande do Sul é enorme, ainda mais entre as classes menos aquinhoadas financeiramente. A tendência das mídias é a convivência. O novo nem sempre expulsa o velho. Muitas vezes, por algum tempo ou para sempre, velho e novo convivem, como teatro, cinema e televisão, evidentemente com hegemonia de um sobre os outros. Por enquanto, televisão e redes sociais coabitam.

Ao final, Rosângela Florczak fez uma surpresa para Cristina Ranzolin. Entregou-lhe o diploma de jornalismo na Famecos que a apresentadora, também formada em publicidade, não havia pego. Funcionou, nas palavras da própria decana, como uma “colação de grau”. Nesse encontro entre mercado e academia, profissionais e estudantes, prevaleceu a ideia de que estudar faz a diferença. Como salientou Vitor Rosa, se as tecnologias e as técnicas mudam rapidamente, o repertório adquirido nas faculdades, inclusive no campo da ética, permanece. Um dia antes, em aula no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUCRS, o professor Nelson da Costa Ribeiro, da Universidade Católica Portuguesa, havia tocado no mesmo ponto. A experiência em curso superior deve formar bagagem para a vida e proporcionar reflexões que nem sempre o mercado tem tempo para fazer.

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