Nathallia Protazio
Nathallia Protazio, escritora
Agora Vai

Dicas para a esquerda no segundo turno

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Dicas para a esquerda no segundo turno Meme caturday do site lutofoli
O projeto Agora vai! é uma iniciativa da autora junto à Matinal Jornalismo para fomentar a produção literária descentralizada do eixo Rio-São Paulo. Numa experiência de nômade digital, a pernambucana Nathallia Protazio, recolhe do cotidiano dos extremos do nosso continente Brasil, matéria prima para a construção de crônicas que não perdoam o que temos de mais escondido e nossas alegrias de meio dia. Apoie a autora, assinando a coluna Agora vai! você recebe todo o conteúdo numa newsletter exclusiva uma semana antes de todo mundo.   Dicas para a esquerda no segundo turno Meu primeiro café, na tão sonhada FLIP, tem gosto de borra. A qualidade dos produtos nas prateleiras do supermercado tem se dividido entre “comíveis” e “intragáveis”. A colega que comprou o pó do café disse que pegou esse porque não tinha muitas opções. Acho que pelo tamanho da cidade e a demanda durante a feira, só sobraram os intragáveis. Mas que belo dia se apresenta. Nada como um bom café intragável e um banho morno – enquanto ainda temos luz por aqui – para chutar a sonolência e abraçar o bom humor. Na verdade sou muito fã de condições intragáveis. Quando aparecem nós não só tragamos a situação, como brasileiros, vamos além, pedimos canudinho, que é pra ter alguma classe e não acidificar o esmalte dos dentes. Veja as eleições municipais. A minha parte intragável preferida da democracia brasileira é ter de votar. Obrigatório. Afinal, em uma democracia que se preze, escolher não votar não é uma opção válida. E longe das grandes disputas para a presidência, ou as invisibilidades das cadeiras do Senado – sim, nós ainda temos um –, as eleições municipais não interessam diretamente a gringa, todavia afeta mais nossa vida como cidadão do que qualquer outra. O queridíssimo prefeito Sebastião Melo (MDB) foi mais inútil na recuperação da cidade de Porto Alegre no pós enchente que a Luísa Sonza. Foi mais inútil que o Almir dos Santos. Na verdade, o prefeito da cidade de Porto Alegre foi mais inútil para a recuperação que o meu primo Antunino. Meu primo pelo menos me fez um pix de 100 reais, e como eu fui uma vítima direta, tecnicamente, ele ajudou a cidade. Mas a política brasileira não se contenta com pouco. Não basta ser inútil, tem que ajudar a atrapalhar. O nosso amado Sebastião , que quase venceu em primeiro turno, atrapalhou nos primeiros dias pós enchente, e agora quando consultado em tempos de mendicância de votos , não tem qualquer resposta sobre a (ainda) falta de manutenção do sistema de proteção contra cheias e enchentes. Ele quer “parceirização”! O nível de ficante das privatizações. A gente não vai privatizar de vez, é tudo por um tempo determinado. Numa analogia de mau gosto destes nossos tempos líquidos. Parceiriza o Dmae e a gente vê no que dá. A esquerda em Porto Alegre – quiçá no Brasil – precisa aprender a fazer política com a direita. Não precisava concordar com todas as merdas que o Bolsonaro dizia para votar nele, o […]

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