Editorial | Revista Parêntese

Parêntese #241: 120 anos milenares

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Parêntese #241: 120 anos milenares Foto: British Library

Efemérides são como aniversários, mas mais solenes: são festas de aniversários acumulados, mais densas. Do ponto de vista da eternidade, valem nada, são pó de estrela, fumaça que se esvai; do ponto de vista humano, porém, ajudam a nos lembrar que o presente é fugidio e o passado pesa e deve ser ouvido. 

Temos comemorado aqui na Parêntese os 200 anos do começo da imigração de germânicos para o Brasil, assim como celebramos outras datas redondas, de pessoas, instituições, experiências. Hoje são os 120 anos da imigração judaica para o estado o nosso foco.

Logo que soube da data, convidei um velho amigo, Nilton Wainer, atualmente presidente do Instituto Marc Chagall, que escreve hoje um texto sobre essa importante instituição cultural da cidade. Ao falar com ele, tinha em mente uma experiência que compartilhamos, uns 30 anos atrás: a organização e publicação do livro Com a primeira estrela – Celebrações do calendário judaico

O livro tinha a finalidade de agregar textos que falassem das datas importantes da comunidade judaica, a partir do Colégio Israelita Brasileiro, na gestão de Márcia Dreizik, que protagonizou o processo de produção do livro.  

Para isso convidamos figuras ligadas à comunidade judaica de Porto Alegre, para que escrevessem ensaios ou ficções sobre o Shabat, o Purim, o Pessach e assim por diante. Figuras como Regina Zilberman, Ruben Oliven, Moacyr Scliar, Alfredo Jerusalinsky Cíntia Moscovich, Clarinha Glock, a fina flor intelectual da redondeza. 

A manha editorial tinha a ver com a forma: inventamos de organizar os textos ao modo do Talmude, uma coletânea de textos referenciais para o judaísmo. O ponto era imitar a distribuição dos textos talmúdicos em cada página, compondo textos antigos com novos de forma a formar um páleo-hipertexto, se é que faz sentido a imagem. 

Por isso, reproduzimos aqui em fac-símile o texto assinado naquela publicação por Leandro Sarmatz, versando sobre o Pessach, por sinal a matriz da Páscoa cristã. E ainda outra volta nesse parafuso: pedimos agora ao Leandro um pequeno texto apresentando o Talmude, que também vai aqui.

(Mas na conjuntura atual é preciso, do meu ponto de vista, lembrar que a guerra de Gaza é inaceitável, e que subscrevo a ideal solução de dois estados para a região, o estado de Israel e o estado da Palestina.)

 

Luís Augusto Fischer

 

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Também nesta edição

Chega ao fim a série de três reportagens de Rodrigo Flores sobre os imigrantes venezuelanos no Sarandi. Gilberto Perin conta sobre a última sessão do antigo Cinema Guarani. Lúcio Carvalho resenha três livros recentes de poesia. No conto de Juremir Machado da Silva vagamos pela misteriosa vida e a morte do soldado Rey. E trazemos ainda a introdução, inédita, do novo romance de Carlos Gerbase, que tem lançamento marcado para este domingo (veja detalhes abaixo). 

Nas nossas seções costumeiras, Frederico Bartz compartilha a primeira parte de três textos sobre os “outros” alemães dos 200 anos da imigração germânica e Arthur de Faria narra mais um episódio da vida de Mister Lee.  

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