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RS tem 32 mortos e Guaíba registra segunda maior cheia

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RS tem 32 mortos e Guaíba registra segunda maior cheia Defesa Civil de Porto Alegre resgata famílias na Ilha da Pintada | Foto: Cesar Lopes/ PMPA

Os piores cenários previstos na manhã de quinta-feira foram se confirmando ao longo do dia, que se encerrou com 32 mortes em decorrência do temporal, além de 60 desaparecidos. Cerca de 14,8 mil pessoas estão fora de casa, sendo 4.645 pessoas em abrigos e 10.242 desalojados, segundo a Defessa Civil. Ao todo, 154 municípios registraram problemas, afetando 71,3 mil pessoas.

Os dados dão a dimensão da catástrofe histórica vivida pelos gaúchos. Ontem à noite, o governador Eduardo Leite (PSDB) foi enfático ao alertar que os riscos continuariam nas horas seguintes: “Será pior que a pior enchente já registrada, que é a de 1941”.

Na manhã de hoje, GZH informava que o Guaíba bateu os 4m23cm no Cais Mauá, medição das 4h15min do Ceic. É o maior nível desde 1941, e a água pode chegar a 5 metros hoje (leia mais a seguir). Pelo menos dois pontos do Muro Mauá registraram vazamento em direção à avenida. A ponte móvel e a nova ponte sobre o Guaíba chegaram a ser bloqueadas totalmente.

Desde que o rio Taquari bateu um nível recorde de elevação entre quarta e quinta, foi dado o alerta para cheias em outros leitos. Ontem à noite, todos os rios que cortam a Grande Porto Alegre (Gravataí, Caí e Sinos) já registravam cheia recorde ou histórica, segundo a Metsul. Moradores de São Leopoldo e Novo Hamburgo que vivem próximo ao rio devem deixar suas casas.

A força das águas colocou em estado de atenção 19 barragens. Na tarde de quinta, depois do rompimento parcial da Barragem 14 de Julho, entre Cotiporã e Bento Gonçalves, o vice-governador Gabriel Souza advertiu a população sobre a tendência de aumento do nível do rio Taquari e o agravamento das enchentes nos municípios abaixo de Santa Bárbara. A mensagem era urgente: “Saiam de casa. Não é para perguntar se é verdade, porque eu estou dizendo para vocês com a máxima gravidade que posso dizer”.


Estradas bloqueadas, casas sem água e luz –
O estado registrava pela manhã 40 trechos de rodovias federais totalmente interditados e 130 pontos com tráfego restrito nas estradas estaduais. Ainda na manhã de ontem, com a queda de uma barreira na Rota do Sol, todas as ligações entre Caxias do Sul e Porto Alegre, as duas maiores cidades do estado, ficaram bloqueadas. Na capital, a EPTC registrava 26 bloqueios totais nas vidas; na orla de Ipanema, a água invadiu a avenida na madrugada. Alagada, a rodoviária funciona parcialmente.

Com a elevação do nível do Guaíba, a CEEE Equatorial interrompeu o abastecimento de energia elétrica nas ilhas da capital. Diante disso, o Dmae suspendeu o fornecimento de água na região, que passou a ser abastecida por caminhões-pipa. O desabastecimento de água afetava 500 mil residências gaúchas ontem. Em Porto Alegre, na manhã de hoje, foi suspensa a operação de todo o Sistema de Abastecimento de Água (SAA) Moinhos de Vento, em razão de inundação. Veja os bairros que podem ser afetados. Esteio e Sapucaia estão com o abastecimento de água comprometido. Em todo o RS, 300 mil pontos estavam sem energia elétrica ontem. Havia, ainda, problemas na conexão com a internet em pelo menos 48 cidades, a depender da operadora – a mais afetada era a Tim, indisponível em 86 municípios.

Visita presidencial – A situação no Rio Grande do Sul é acompanhada pelo governo federal. O presidente Lula visitou Santa Maria na manhã de ontem e foi recebido pelo governador. Do encontro ficou acertada a criação de uma Sala de Situação integrada, sob coordenação do Comando Militar do Sul, para organizar as operações de resgate em todas as regiões atingidas. Além disso, um hospital de campanha será montado em Lajeado.

Cenário climático – A catástrofe que atinge o RS desde o final da semana passada é resultado de pelo menos três fenômenos. Especialistas ouvidos pelo G1 citam a soma de uma corrente intensa de vento a um corredor de umidade vindo da Amazônia, que aumentou a força da chuva. Além disso, o cenário foi agravado por um bloqueio atmosférico, reflexo da onda de calor, que fez com que o centro do país ficasse seco e quente, deixando a chuva concentrada nos extremos. Como tem acontecido com mais frequência desde o ano passado, os eventos extremos se agravam pelas mudanças climáticas.

Veja outras notícias desta sexta-feira, 3 de maio.

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